A produção orgânica tem ganhado destaque no cenário agrícola brasileiro, impulsionada por consumidores mais atentos à origem dos alimentos e à sustentabilidade dos processos produtivos. O modelo busca conciliar produtividade com responsabilidade ambiental e social, eliminando o uso de defensivos químicos e valorizando o manejo agroecológico. O advogado Carlos Alberto Arges Júnior, especialista em direito do agronegócio, afirma que, apesar do crescimento, ainda há entraves que precisam ser superados para ampliar a presença da produção orgânica no mercado nacional e internacional.
O crescimento da produção orgânica
Nos últimos anos, a área destinada à agricultura orgânica tem aumentado de forma consistente no Brasil. Pequenos e médios produtores são os principais responsáveis por esse crescimento, geralmente atuando com base familiar e comercializando diretamente ao consumidor final ou em feiras especializadas.

Segundo Carlos Alberto Arges Júnior, o aumento da demanda por alimentos saudáveis e sem resíduos químicos tem incentivado esse modelo produtivo, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, onde o consumo consciente é mais consolidado. O mercado também cresce nas grandes cidades, impulsionado pela preocupação com a saúde, o meio ambiente e o bem-estar animal.
Principais desafios da produção orgânica
Embora promissora, a produção orgânica enfrenta obstáculos significativos. O primeiro é o custo de transição, já que transformar uma produção convencional em orgânica exige tempo, investimento e capacitação. Durante esse processo, o produtor ainda não pode comercializar como orgânico, mesmo já tendo abandonado os insumos químicos.
Outro desafio é a certificação, essencial para acessar o mercado formal. O processo pode ser burocrático e oneroso, principalmente para pequenos produtores. A exigência de auditorias e a complexidade das normas desanimam muitos agricultores. De acordo com Carlos Alberto Arges Júnior, é fundamental contar com assessoria jurídica para entender os requisitos legais, firmar contratos com certificadoras e garantir segurança nas relações comerciais.
Além disso, há barreiras logísticas, como a dificuldade de escoar produtos perecíveis e a limitação de canais de distribuição. Como os volumes são menores e o processo é mais artesanal, a escala de produção tende a ser reduzida, o que limita o alcance comercial e dificulta a negociação com grandes redes varejistas.
Oportunidades para o produtor orgânico
Apesar dos entraves, as oportunidades para a produção orgânica são crescentes. Um dos principais atrativos é o valor agregado. Produtos orgânicos, quando bem posicionados, podem ser vendidos por preços significativamente mais altos do que os convencionais, compensando o menor volume e os custos de produção.
Outro ponto relevante é o acesso a novos nichos de mercado. Consumidores com alto poder aquisitivo, programas de alimentação escolar, cooperativas e redes de e-commerce oferecem possibilidades reais de comercialização para produtores orgânicos. Carlos Alberto Arges Júnior destaca que a participação em associações e redes colaborativas também pode facilitar a troca de conhecimentos, reduzir custos e abrir portas para certificações coletivas.
A exportação é outra fronteira promissora. Países como Alemanha, Estados Unidos e Canadá apresentam alta demanda por alimentos orgânicos certificados. Com o devido planejamento legal e sanitário, o produtor brasileiro pode alcançar esses mercados e se beneficiar da imagem positiva do Brasil como país agrícola.
Caminhos para crescer com segurança
Para que a produção orgânica se consolide como alternativa viável no Brasil, é necessário investir em capacitação técnica, assistência especializada e planejamento jurídico. Programas governamentais como o PRONAF oferecem linhas de crédito específicas, mas ainda são pouco acessados por falta de informação e orientação.
Carlos Alberto Arges Júnior ressalta que o cumprimento das normas legais, a formalização das relações comerciais e a proteção da marca são etapas indispensáveis para crescer de forma segura. Com estruturação adequada, a agroecologia pode se tornar um dos pilares do agronegócio moderno.
Conclusão: futuro promissor com responsabilidade
A produção orgânica no Brasil representa uma importante alternativa para um modelo agrícola mais sustentável, ético e economicamente viável. Com apoio técnico e jurídico, o produtor pode superar os desafios e aproveitar as inúmeras oportunidades desse setor em expansão.
Para Carlos Alberto Arges Júnior, a agricultura orgânica é mais do que uma tendência — é uma resposta necessária aos novos padrões de consumo e aos desafios ambientais do século XXI.
Instagram: @argesearges
LinkedIn: Carlos Alberto Arges Júnior
Site: argesadvogados.com.br
Autor: Michael Davis